A CMF apoia a associação anualmente e o concelho representa cerca de 60% do trabalho da AMAW, visto ser o local com mais cães e gatos errantes na Região.

A Associação Madeira Animal Welfare (AMAW) esteriliza gratuitamente, em média, entre 45 a 50 animais por mês, só no Funchal. Este trabalho é realizado no Centro de Esterilizações da Câmara Municipal do Funchal, criado em 2017 e que funciona sob a gestão clínica da AMAW, na antiga Escola Primária do Faial, reabilitada pela Autarquia para o efeito.

A CMF apoia a associação anualmente e o concelho representa cerca de 60% do trabalho da AMAW, visto ser o local com mais cães e gatos errantes na Região.

 A esterilização de canídeos e felídeos errantes, abandonados ou carenciados foi um projeto inovador e pioneiro, a cargo do médico veterinário Eduardo Teixeira, Diretor Clínico e Presidente da Direção da AMAW, que nasceu há oito anos, em janeiro de 2012. O objetivo que impulsionou a sua criação foi controlar a reprodução de cães e gatos abandonados, errantes, institucionalizados e com necessidades especiais.

Em 2017 a Câmara Municipal do Funchal e a Associação assinaram um protocolo de comodato, de 10 anos, com vista à cedência das instalações de uma antiga escola primária na freguesia de Santa Maria Maior, onde foi possível instalar esta clínica inovadora e totalmente dedicada à causa animal. 

Ainda assim, Eduardo Teixeira considera que ainda falta percorrer um longo caminho até ser possível controlar a reprodução de animais errantes. Contudo, admite que é possível gerir melhor este problema que afeta tanto o bem-estar animal como a saúde pública e o ambiente. Nesse sentido, considera que é “indispensável” uma estreita colaboração entre “entidades públicas e privadas”, mas, mais que tudo, “uma coordenação muito grande com o voluntariado”.

“A maior parte dos animais de rua não são as entidades públicas nem as privadas que vão conseguir recolher esses animais para os esterilizar e devolver”, afirma o médico veterinário, amante da causa animal. Com efeito, o mais importante é mesmo o envolvimento da comunidade. “É importante a mobilização das pessoas para a captura dos animais das colónias”, explica. 

No terreno, a trabalhar para este objetivo pelo bem comum existem no total 14 voluntários que se empenham em ajudar. Assim, afirma o Diretor Clínico da Clínica Veterinária AMAW, disponibilizando tempo, um veículo e estabelecendo o contacto com quem coordena as colónias já identificadas, é possível recolher os gatos, transportá-los até à Associação para que sejam esterilizados e posteriormente devolvidos. É assim que Eduardo Teixeira considera ser possível controlar o problema dos animais errantes, que se assume mais complicado para os felídeos do que para os canídeos. “Para cada cão errante há cinco ou mais gatos”, que são mais difíceis de se identificar do que os cães.

“O controlo [da reprodução dos animais errantes] terá mais sucesso efetivo quando nos juntarmos mais e depende de uma coordenação, colaboração e interação das entidades públicas e privadas e sobretudo do apoio indispensável do voluntariado.”

A Clínica Veterinária AMAW que se dedica com tanta paixão à causa animal, só se tornou possível com o apoio de doadores que acreditando neste projeto, contribuíram para equipar esta clínica solidária, onde diariamente se trabalha para a esterilização de animais errantes e de animais domésticos pertencentes a famílias carenciadas do concelho.