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Conferência Madeira de A/Z
7 Abril, 2021 @ 18:00 - 20:00
O evento será transmitido em direto no Facebook do Teatro Municipal Baltazar Dias.
A primeira oradora será Naidea Nunes, com o tema “A Antroponímia Primitiva da Madeira (Séculos XV e XVI)”. Na sua comunicação, a palestrante, irá abordar o estudo da antroponímia primitiva da Madeira, onde se inclui antropónimos de povoadores portugueses, de estrangeiros e de escravos que se fixaram no arquipélago e é o resultado de uma dissertação de mestrado apresentada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1996.
A investigação realizada baseia-se nas seguintes fontes documentais: Vereações da Câmara Municipal do Funchal (Século XV), Tombo Primeiro do Registo Geral da Câmara do Funchal, Livro dos Estimos do Ano de 1494, Livros de Contas da Ilha da Madeira (1504-1537) e Livros de Matrícula do Cabido da Sé do Funchal (1538-1558).
Destaca-se a importância dos nomes geográficos na antroponímia dos primeiros povoadores portugueses. Desta forma, são um instrumento valioso para o conhecimento da história do povoamento do arquipélago da Madeira, nomeadamente sobre a origem geográfica dos povoadores portugueses, pois permitem determinar a proveniência regional destes, através da antroponímia e da sua relação com a toponímia continental. Para isso, utilizou-se principalmente o Dicionário Chorographico de Portugal Continental e Insular de Américo Costa.
Os dados recolhidos contribuem para a discussão da origem geográfica do povoamento da ilha da Madeira. Registou-se o predomínio dos antropónimos dos povoadores com nomes geográficos que correspondem a topónimos da região setentrional de Portugal continental, mais especificamente da região de Entre Douro e Minho. Assim, coincidem com os resultados de estudos históricos e etnográficos realizados.
O segundo orador será Paulo Perneta, com o tema “A Madeira na Crónica da Guiné de Eanes Gomes de Zurara.” Esta comunicação terá como propósito explicar de que forma a Ilha da Madeira aparece descrita na famosa Crónica dos Feitos da Guiné da autoria de Eanes Gomes de Zurara, que relata uma primeira fase da época dos descobrimentos, entre 1438-1448. Esta crónica foi encomendada pelo próprio Infante D. Henrique e que, coincidentemente, exalta o Infante como o grande estratega e impulsionador de uma primeira fase dos Descobrimentos, levantando problemas quanto à imparcialidade do relato.
Ainda assim, este documento continua a ser um dos poucos que relata este período obscuro da epopeia das descobertas portuguesas, e que merece ser estudado.