A Feira do Livro do Funchal é um evento que marca profundamente a agenda cultural da cidade e o usufruto da mesma pelos seus habitantes e visitantes, num ambiente descontraído, ao ar livre, com acesso a autores e a uma agenda variada, e uma oferta incomparável de novos livros, sendo 10 deles lançados com o apoio da Câmara Municipal do Funchal.

Este apoio pretende preservar, enriquecer e difundir o património bibliográfico madeirense, fomentando a publicação de obras que contribuam para a diversificação da oferta cultural.

Serão apresentadas 10 obras cujos autores são Marcela Costa, Roberto Macedo Alves, José Zyberchema, Yvette Vieira, Deodato Rodrigues, Nicole Collet, Luís Lobo Pimenta, Teresa Nascimento e Claúdia Lucas Chéu. Serão ainda apresentados livros inéditos a título póstumo de Maria Aurora, José António Gonçalves e Octaviano Correia.

No âmbito da Coleção Baltazar Dias, serão lançados os livros: “Ganda Livre” de Luís Pimenta, escrito como diário de bordo que proporciona uma viagem através de diversas perspetivas e inúmeros pontos de vista de uma viagem de rinoceronte da Índia para Portugal em 1515; “Cabeça Muda” de Cláudia Lucas Chéu, onde é feito um retrato hiper-realista e brutal das sociopatias familiares, colocando em reflexão o poder e a perversão dos valores humanos e familiares, e “Skylight” de Marcela Costa que retrata como a resiliência humana suporta a violência e como enfrentar situações marcadas por décadas de pressão física, psicológica e emocional.

No que se refere ao Prémio Literário da Cidade do Funchal – Edmundo Bettencourt, será lançado a obra vencedora “As desventurosas aventuras de Apollinaire, o Gato Filósofo” de Nicole Collet, cujo protagonista, Apollinaire, um filósofo felino hipocondríaco, melodramático e arguto observador da natureza humana, conduz os leitores pelas suas desventuras, desde as ruas de Paris até ao exótico cenário do Havaí. Será também lançado o livro indicado com uma menção honrosa: “Antes que a vida morra” de Deodato Rodrigues. Esta narrativa mergulha nos recantos do Funchal, explorando eventos, monumentos, locais, tradições e pessoas que, ironicamente, foram relegadas pelo avanço do Progresso. Ao longo das sete décadas iniciais do século XX, Pedro Damião testemunhou as condições de miséria, obscurantismo e desesperança que permeavam a vida da maioria dos madeirenses. Permaneceu tragicamente vinculado a essas circunstâncias, como se estivesse enfeitiçado por uma força inquebrantável.

A título póstumo será realizado o lançamento do “À Luz dos Olhos das Borboletas” de José António Gonçalves. Esta antologia de poemas inéditos, recolhidos pela família do autor, oferece uma visão única do heniverso poético de José António Gonçalves, abrangendo o período entre 2003 e 2005. Ainda será lançado o livro “Doce Perfume” de Maria Aurora, uma história ficcionada de Guiomar de Sá Vilhena, a mais importante exportadora de vinho Madeira do século XVIII. Por fim, será apresentado o livro “A avó que nasceu duas vezes: Histórias do Impossível” de Octaviano Correia.

Destaque ainda para o dia 1 de março, às 16 horas, em que será lançado o livro “LUGAR DE VIDAS. Histórias de vida na Zona Velha” de Roberto Macedo Alves, José Zyberchema e Yvete Vieira. É uma coletânea que nos conduz de maneira envolvente às memórias pulsantes da Zona Velha do Funchal. Por fim, no dia 6 de março, teremos o lançamento do livro “Insulana” de Teresa Nascimento e Rui Carita. A republicação da Insulana, pela primeira vez em uma edição atualizada e cuidadosamente anotada, no âmbito da investigação desenvolvida no Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos da Universidade de Coimbra, torna acessível aos leitores uma obra que revisita a História e os alicerces da identidade da Região Autónoma da Madeira. Manoel Tomás, natural de Guimarães e residente na Madeira, foi autor de diversas obras poéticas de caráter épico e lírico, sendo a Insulana a mais destacada.